No Brasil, todas as pequenas ou grandes jazidas, sejam de Ferro, Manganês, Ouro, Cobre, Zinco, Estanho, ou até mesmo agregados como areia, cascalho, saibro ou brita, passaram pelas etapas de prospecção e pesquisa mineral até chegarem em sua etapa final, que é o requerimento de lavra propriamente dito.
Em todas estas fases, conta-se com uma equipe multidisciplinar composta, inicialmente, por geólogos e geofísicos, e a depender do método de lavra adotado, por engenheiros de mina. Cada etapa é vital para a existência (ou não) de uma mina. Cada etapa é detalhada a seguir.
A etapa de prospecção Mineral é a fase inicial de qualquer empreendimento mineiro. É aqui que o geólogo de exploração, através de pesquisas bibliográficas preliminares, vai à campo e constata ou não a existência do bem mineral de interesse, para determinada região. O único profissional capaz de realizar a prospecção mineral é o geólogo, e esta atribuição não existe paralelos em nenhuma profissão.
Logo, sobre os ombros destes profissionais jazem todas as expectativas de sucesso de um futuro empreendimento mineiro. É importante possuir uma equipe de geólogos experientes e competentes, que saibam interpolar diversas ferramentas como a geofísica e geoquímica, bem como possuir uma breve noção de modelos de depósitos.
Esta profissão está na linha de frente de nossa sociedade, garantindo que commodities minerais sejam encontradas e possam suprir as demandas de uma civilização cada vez mais dependente da tecnologia.
Em termos de materiais de exploração, podemos separar os recursos exploráveis em três segmentos: Metais nobres ou de base (Au, Ag, Fe, Cu, Sn, Zn, Pb etc.), Agregados (Argila, rochas ornamentais, areia, cascalho, saibro e rochas para brita) e Insumos Agrícolas, tão importantes em um país de potencial agrário como o Brasil ( Calcário, Salitre, Dolomita, etc.).
Em termos econômicos, as jazidas de agregados e insumos agrícolas são mais simples de se concretizarem, não demandando tanto investimento inicial, quando comparado com o mercado de metais base e preciosos. Ainda podemos citar o mercado de gemas, como garimpos de diamantes, esmeraldas, coríndon, entre outros. No entanto, não possuem tanta representatividade no mercado nacional.
Os métodos de lavras para os agregados e os insumos, geralmente ocorrem em lavra a céu aberto. Este é o grande diferencial destes bens minerais: a sua maneira de ocorrência. Ao passo que metais base e preciosos podem ocorrer em diversas formas (como em veios, stratabound (restritos a camadas), disseminados na rocha encaixante, etc.), necessitando de métodos extrativos mais onerosos, os insumos agrícolas e agregados ocorrem na superfície, possuindo maior facilidade de extração, tornando os trabalhos de pesquisa e prospecção muito mais baratos. Vale ressaltar que a complexidade no beneficiamento destes materiais é muito menor.
Para iniciar trabalhos de prospecção mineral, deve-se inicialmente contratar um geólogo, e estabelecer uma área alvo para a pesquisa. Após este profissional filtrar os dados existentes para a região em questão, e caso esta seja interessante do ponto de vista econômico, deve-se requerer a permissão de pesquisa junto a Agência Nacional de Mineração - ANM (antigo DNPM). Após este órgão expedir o alvará de pesquisa, os trabalhos de prospecção podem ser iniciados.
Feita a prospecção mineral inicial, e dando positivo para o alvo, o empreendedor deve iniciar todo o processo burocrático para obter a concessão de lavra, para que enfim sejam iniciadas as atividades mineiras. Paralelo ao requerimento de lavra, devem-se iniciar os trabalhos de licenciamento ambiental. Esta fase é concomitante aos processos de concessão de lavra, onde o empreendedor deverá contratar uma equipe multidisciplinar para licenciar seu empreendimento mineiro do ponto de vista ambiental, para que os impactos de suas atividades extrativas possam ser equacionados e que propostas de recuperações e programas de monitoramentos sejam feitos.